A temática da angariação de fundos, não sendo nova, continua a exigir, por parte das organizações sem fins lucrativos que pretendem ganhar sustentabilidade financeira, formas constantes de inovação. Com convidados de prestígio nacional e internacional, em conjunto com temas pertinentes, o 7º Seminário Call to Action promete “oferecer” inspiração e vontade de “fazer melhor” a todos os que se interessam por esta área
POR MADALENA DA CUNHA

A Fundação Calouste Gulbenkian acolherá, a 11 de Março, o 7º Seminário de Fundraising Call to Action. Considerando o programa inspirador e também a urgência de trabalhar a angariação de fundos (fundraising) de uma forma profissional e eficaz, esperamos ter a casa cheia.

O tema deste ano – “Soluções e inspiração para o fundraising hoje” – pretende captar a atenção para as técnicas mais modernas e actuais de que as organizações não lucrativas podem usufruir para fazerem uma adequada angariação de fundos, especialmente junto de particulares e empresas, ou seja, da sociedade civil.

Adicionalmente, os resultados do estudo “Diagnóstico das ONG em Portugal” permitem-nos estar certas de que o investimento na participação deste Seminário de fundraising será de retorno imediato.

Não existem dúvidas de que a dependência de fundos estatais é um problema para as organizações, nem de que os próprios modelos de gestão destas organizações têm que se modernizar. As ferramentas de marketing que as empresas lucrativas utilizam desde sempre, com a devida adaptação, revelam ser, aliás, o caminho certeiro para poder atrair pessoas, envolvê-las e angariar fundos. Adicionalmente, é também do conhecimento geral que estas organizações têm que investir tempo e recursos na comunicação, como ingrediente base para tudo o resto.

Por outro lado, todas as universidades e entidades, que se incluem no grupo das organizações não lucrativas, precisam igualmente de ter fontes alternativas de financiamento. Por esse motivo, e ao verem como o fundraising junto dos Alumni é feito no exterior, estas instituições de ensino estão igualmente a tomar consciência que também elas têm uma enorme oportunidade de angariação de fundos: junto de empresas, mas especialmente junto dos Alumni.

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É por tudo isto que o programa deste ano traz intervenções inovadoras, com relevo para temas nunca antes abordados. Acreditamos fortemente que o mercado precisa de um programa forte e diferenciador, que nos faça querer participar, todos os anos, neste tipo de iniciativas. E é com convicção que também acreditamos que este será um excelente momento de inspiração para desenvolver mais e melhor o fundraising no interior da nossa organização.

Na medida em que vivemos numa era marcada por uma constante imprevisibilidade, em que as tecnologias evoluem de forma célere, em que nos deparamos com o inelutável envelhecimento da população, entre outros factores de mudança acelerada, todos teremos de estar preparados para a necessidade de uma inovação contínua e permanente.

Assim, e porque a inovação faz parte do léxico de todos nós, e porque está presente em múltiplas áreas, será Daryll Upsall a iniciar “os trabalhos”, com uma intervenção promissora, a qual, decerto, nos obrigará a reflectir. O keynote speaker desta 7ª edição, especialista internacional em fundraising, irá mostrar de que forma é que as organizações se podem preparar para as mudanças constantes que, de forma crescente, estão a caracterizar o século XXI, sendo apologista da máxima “inovar ou morrer”, título, aliás, da sua intervenção.

Por seu turno, Howard Lake, será o orador convidado para falar sobre Fundraising Online. O fundador da UK Fundraising, a primeira empresa dedicada à web como recurso de angariação de fundos para o sector não lucrativo, irá explicar de que forma é possível utilizar o ambiente digital e os media sociais para angariar fundos, com enfoque para as formas de financiamento com orçamentos e períodos de tempo reduzidos, recorrendo a exemplos práticos. Na medida em que esta é uma situação comum à maioria das organizações não lucrativas, será merecido o destaque da temática no seminário.

“Heranças e legados” será outra das temáticas em destaque e tema de intervenção de Eduardo Uribe Cabello, que falará do exemplo real de um programa que lançou na Anesvad, uma organização sem fins lucrativos espanhola que recebe, precisamente, grande parte dos seus donativos através de legados.

De Portugal, chega-nos o exemplo da “Médicos do Mundo”, pela voz de Carla Paiva, o qual comprova que o marketing directo não morreu mas, e ao invés, está a ressuscitar. Um caso e um exemplo prático e real português, de como “uma carta certa para a casa das pessoas”pode fazer a diferença nos resultados.

Considerando que o Fundo de Inovação Social é uma oportunidade única para as organizações não lucrativas trabalharem na captação de fundos, Filipe Santos, que lidera a estrutura de missão “Portugal Inovação Social”, fará a sua intervenção com enfoque nos instrumentos que compõem este Fundo, explicitando conceitos e identificando o que mais adaptável poderá ser para determinada organização ou empresa.

Em representação da Accenture e da Junior Achievement Portugal, João Pedro Tavares fará uma intervenção sobre a necessidade dos modelos de governo de uma organização terem de ser, eles mesmos e também, fruto de inovação.

Por último, mas não menos importante, e como já referido anteriormente, a Call to Action alerta também para a sessão sobre “O fundraising junto dos Alumni”, a cargo de Nicholas Miller, reconhecido especialista no desenvolvimento de acções de envolvimento com os alumni, fundraising e políticas para a educação.

Para saber mais: seminario2015.calltoaction.pt

Sócia fundadora da Call to action