Tem seis meses de existência e nasceu da vontade e coragem de três empreendedores que pretendem imprimir a diferença no mercado da consultoria em RH. A jovem empresa “Fórmula de Talento” possui duas formas distintas de actuação: o apoio à área de RH de qualquer empresa ou o assumir dessa função no interior das organizações. Em entrevista ao VER, o seu director-geral, Luís Marques, traça a ainda breve história da sua “fórmula” para gerir e atrair talentos
POR HELENA OLIVEIRA

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Luís Marques, director-geral da Fórmula de Talento
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A Fórmula de Talento surge numa altura crítica da economia portuguesa, na qual é necessário ter uma coragem acrescida para apostar num mercado já estabelecido, o da consultoria em RH. Que principais motivos vos levaram a dar este passo neste ambiente complexo?
A Fórmula do Talento é resultante da vontade de três empreendedores com uma vasta experiência profissional na área de Recursos Humanos. Nasceu para ser o parceiro de negócio na Gestão de Recursos Humanos das PME portuguesas, apoiando e promovendo o desenvolvimento dos seus colaboradores.

Nascemos tendo consciência das dificuldades que vamos encontrar, tendo em consideração a actual situação económica e financeira do país, mas também temos a certeza que a paixão que nos move e a forma próxima, flexível, transparente e rigorosa como iremos actuar permitirá que os nossos clientes vejam, desde a primeira hora, o valor que conseguimos acrescentar às Organizações.

Na génese da empresa está a vontade de criar e desenvolver um projecto diferente na área da Gestão de Recursos Humanos e fazer chegar a toda e qualquer empresa as melhores práticas da Gestão de Pessoas. Os três fundadores possuem uma experiência acumulada de mais de 30 anos em funções ligadas à gestão e desenvolvimento de pessoas em algumas das melhores empresas a actuar em Portugal (Sonae Sierra, Randstad, Dynargie, etc). Entendemos ser nosso dever apoiar o tecido empresarial português a melhor gerir o seu Talento e os processos de Gestão de Recursos Humanos

Que factores principais elegeria para definir a “diferenciação” que a Fórmula de Talento pretende imprimir no mercado nacional?
Em tempos como os actuais, sobreviverão e reforçar-se-ão as empresas mais flexíveis e com grande capacidade de adaptação. A Fórmula do Talento faz da flexibilidade um aspecto claramente diferenciador. Adaptamo-nos a qualquer cliente em termos de custo, de ritmo de implementação, etc.

A experiência acumulada pelos três sócios é outro dos factores que nos distingue. De facto durante mais de 30 anos actuamos quer dentro das organizações, assumindo o papel de responsável de Recursos Humanos, quer fora das empresas apoiando o seu desenvolvimento enquanto consultores.

Um outro factor que nos diferencia é o de podermos assumir o papel de Director de Recursos Humanos de qualquer organização. De facto, para uma pequena empresa, alocar um recurso qualificado à função de responsável de Recursos Humanos torna-se por vezes incomportável. A Fórmula do Talento pode assumir esse papel com os custos que forem possíveis de suportar e colocando à disposição do cliente um know-how a que normalmente não teria acesso.

Na medida em que a vossa empresa possui duas áreas por excelência – a de apoio à gestão de RH de uma determinada empresa e a possibilidade de assumir a própria função de uma Direcção de RH – e com um equipa pequena, que estilo organizacional adoptam para dar conta destas duas áreas, ambas complexas e sorvedoras de tempo e recursos?
Temos de facto duas áreas distintas de actuação (Gestão de Recursos Humanos e Consultoria). Podemos não só apoiar a Área de Recursos Humanos de qualquer empresa, como podemos inclusive assumir, de forma flexível e ajustada a cada situação, a função de Director de Recursos Humanos de uma empresa.
Decorrente da existência destas duas áreas de actuação, estamos organizados de forma a podermos dar resposta aos clientes focados em cada uma das áreas; daí termos a área da Consultoria (da qual a Nélia Vicente é responsável) e a área de Gestão de Recursos Humanos (onde a Catarina Oliveira assume a responsabilidade de coordenação).

Actuamos ainda focados em 3 eixos:

  • Ao nível da Organização apoiando a definição e alterações, quer ao nível da estrutura Organizacional, quer ao nível do Alinhamento Estratégico.
  • Ao nível do Desenvolvimento das pessoas em áreas que vão desde a gestão da formação até à Gestão de Competências, desde a Comunicação Interna à Gestão do Talento, desde o Recrutamento & Selecção, até à Compensação e Benefícios.
  • Ao nível Operacional assegurando a Gestão Administrativa ou o Processamento Salarial, desde a Medicina no Trabalho até ao Apoio Jurídico e Legal.

Da experiência que acumularam em outras grandes empresas, complementada com a que ganharam desde a fundação da Fórmula de Talento, que principais diferenças encontra entre os “velhos tempos” e o período pós-recessão (2008) no que respeita à forma como as empresas estão a gerir os seus colaboradores?
Infelizmente em tempos de crise económica, a generalidade das empresas foca-se única e exclusivamente nos aspectos financeiros e negligencia o talento. E em parte. isso está a acontecer agora. Mas há também muitas empresas que a estão a aproveitar para dar especial atenção aos colaboradores.

Em Portugal, em geral, tem-se verificado nos últimos anos que as empresas dão maior atenção e têm mais preocupação com os seus talentos.

Na nossa perspectiva, é em tempos de crise como a actual que tem que ser aprofundada a relação de confiança entre as empresas e os seus colaboradores. Acreditamos que, em muitas empresas, essa relação sairá reforçada depois destes tempos conturbados.

Que principais desafios elege como primordiais na gestão de RH no século XXI?
São vários os desafios que se colocam:

  • Identificação do talento: ao ritmo a que as mudanças acontecem, identificar e atrair o talento flexível e adaptável a essas mudanças é vital. No entanto, muitas empresas têm tido dificuldade em identificá-lo e fazê-lo;
  • Gerir o talento de forma a reter os melhores e a tirar o maior partido do seu potencial: é algo que consome tempo e exige talento para tal, mas é essencial. Nos tempos actuais os talentos são muito exigentes na forma como são geridos e os gestores têm que ser capazes de estar à altura de dar resposta a essas exigências. A procura pelo talento faz-se a nível mundial (não local), o que torna a retenção do talento muito mais desafiante.
  • Aumentar a produtividade dos recursos: em Portugal é essencial fazer passar a mensagem de que não temos que trabalhar mais, mas melhor; a gestão dos Recursos Humanos vai ter um papel essencial nesta vertente

A questão da coexistência de várias gerações, com backgrounds e valores diferentes, no mesmo local de trabalho tem dado muito que falar na “literatura” de RH. Como vê esta realidade e o que devem as empresas fazer para mitigar estas diferenças e transformá-las num valor acrescido para todos?
A coexistência de várias gerações no mesmo local de trabalho, na minha perspectiva, só proporciona vantagens e é um excelente desafio!

  • Para os mais antigos porque vão certamente “beber” muitas das boas práticas, do know-how, da flexibilidade, do pragmatismo e da curiosidade das gerações mais jovens.
  • Para os mais jovens que vão ter acesso à experiência, ao saber e à ponderação dos mais velhos.

Para ambos a convivência representa uma excelente oportunidade de aprendizagem, fundamental em todas as idades e nos tempos actuais!

Como em qualquer época, as mudanças terão que acontecer; podem ter mais ou menos impacto, serem mais rápidas ou mais lentas, mas serão sempre inevitáveis. Os agentes da mudança são muitas vezes as gerações mais novas, mas todos podem e devem contribuir para melhorar a vida das empresas nas suas diferentes vertentes.

Por vezes em Portugal negligencia-se o papel ora dos jovens (porque não têm experiência) ora dos menos jovens (parece que ter mais de 40 anos é um estigma). Todas as gerações têm muito de válido; temos é que aproveitar e tirar o melhor partido de cada geração.

De há uns anos a esta parte, a expressão “talento” ou gestão de talentos” tem vindo a substituir o termo “recursos humanos”. A que se deve esta nova nomenclatura?
Tem vindo a ser cada vez mais reconhecido e assumido pelas organizações que todos os colaboradores têm talento e que a chave do sucesso é identificar e potenciar o talento de cada um. Identificar, atrair, reter e gerir esse talento é o grande desafio da gestão das organizações.

Como habitualmente dizemos: as organizações é que têm o Talento, nós (Fórmula do Talento) temos a fórmula para o ajudar a desenvolvê-lo

Como se define uma “Fórmula de Talento” em RH?
Não há fórmulas mágicas mas ter as pessoas certas para aquele momento naquela organização, ter as pessoas comprometidas (com paixão), a colocar em prática o seu potencial e alinhadas com a visão da empresa, são condições que potenciam o êxito de qualquer empresa.

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