Com a possibilidade, cada vez mais próxima, da Grécia sair do euro, o número de gestores e empresários que teme os impactos futuros para a economia nacional subiu consideravelmente. Adicionalmente, oito em cada 10 dos inquiridos no Barómetro ACEGE relativo ao mês de Junho defendem a importância de uma maioria nas próximas legislativas.
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À semelhança dos resultados obtidos na edição anterior, a grande maioria (80%) dos gestores e empresários inquiridos no Barómetro de Junho da ACEGE – Associação Cristã de Empresários e Gestores – considera essencial a existência de uma maioria representada pela coligação PSD/CDS ou pelo PS nas próximas legislativas. Igualmente elevado é o número de respondentes que vê como negativas as propostas do programa socialista relativamente às medidas fiscais e laborais apresentadas (78,3% e 75,8%, respectivamente). Estas são as principais conclusões deste Barómetro, realizado pela Netsonda e com a colaboração do Observador e da TSF.

25062015_CriseGregaAssustaGestoresPortuguesesA quase totalidade (96,9%) dos respondentes discorda também da intenção do PS de reverter a privatização da TAP, caso forme Governo após as próximas eleições, sendo igualmente elevado (87%) o número de associados que concorda com o caminho encontrado pelo actual Governo para concluir esse processo. Com a assinatura, por parte do governo, no passado dia 24, do contrato de compra e venda de 61% do grupo TAP com o consórcio Gateway, dos empresários David Neeleman e Humberto Pedrosa, este confere aos investidores privados a possibilidade de compra das acções remanescentes, as quais poderão ser vendidas no prazo de dois anos, momento a partir do qual o consórcio terá o direito de as adquirir.

Quanto a uma eventual saída da Grécia da zona euro, 65,8% dos associados demonstram a sua preocupação com as consequências que a mesma poderá ter para a economia portuguesa. Comparativamente aos resultados da edição anterior e como seria de esperar, verifica-se que esta inquietação aumentou consideravelmente (em Maio existiam apenas 45,4% de inquiridos a revelá-la).

Empresários consideram importante o pagamento pontual a fornecedores

Cerca de 70% dos inquiridos declaram já ter tido conhecimento da existência da directiva comunitária de Abril de 2013, a qual prevê os pagamentos a fornecedores a 60 dias no sector privado, e entre 30 e 60 dias no sector público. Adicionalmente, 67,7% dos respondentes consideram que a situação dos atrasos de pagamentos está melhor que há dois anos. São 14,9% os que entendem que a mesma está pior e 14,7% aqueles que não sabem responder. Ainda sobre esta questão, apenas 1,9% afirmam que a situação está “muito melhor”, e 1,2% asseguram que está “muito pior”.

A campanha que promove os pagamentos pontuais a fornecedores, desenvolvida pela ACEGE, CIP, IAPMEI e APIFARMA, é conhecida por 89,4% dos associados que participaram nesta análise. Apesar de a esmagadora maioria (98,1%) dos inquiridos considerar esta medida “importante” ou “muito importante”, só 30,4% confirmaram a sua adesão ao compromisso de pagarem atempadamente aos seus fornecedores, contra cerca de metade (49,7%) que ainda não o fez.

25062015_CriseGregaAssustaGestoresPortugueses2No que respeita à questão fixa patente neste Barómetro – “Como define o seu estado de espírito em relação ao país?” – 64,6% dos executivos mostraram-se “moderadamente optimistas”, com 17,4% a revelarem não estar “nem optimistas nem pessimistas” e 13% a confessarem-se “moderadamente pessimistas”. Tendo em conta que a percentagem de respondentes que se assumem como “francamente optimistas” subiu ligeiramente (de 3,3% para 3,7%) e que a referente aos “moderadamente pessimistas” diminuiu (de 14,2% para 11,2%), é possível concluir que os inquiridos nesta edição se sentem ligeiramente mais optimistas face ao mês anterior.

Realizado em colaboração com a Netsonda junto de responsáveis de empresas portuguesas, o inquérito é constituído por perguntas de sentimento económico formuladas pelos três parceiros da iniciativa e enviadas aos gestores associados da ACEGE. A presente edição deste estudo de opinião foi realizada entre os dias 18 e 23 de Junho, período em que foram questionados 1174 empresários e validadas 161 respostas.

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